Sunday, July 30, 2006
Friday, July 28, 2006
(In)flexibilidade
«Eu fiz casamento católico. Por isso, não posso poligamiar, mas posso roubar pouco-pouco ter outras mulheres...»
M.P., 23 de Junho de 2006
Wednesday, July 26, 2006
Política das trevas
Remetido nas angústias do caju, através deste post fico a saber do lançamento do livro Renamo, Uma Descida ao Coração das Trevas, de Paulo Oliveira. Publicidade aliciante («livro frundamental»), a fazer crescer as expectativas. Como muitas histórias contadas na primeira pessoa, o livro é o reflexo as contingências da vida do autor. Um registo (diário) bastante parcial, despreocupado com a contextualização dos factos e sem lugar para outras visões da história. Entre o dia-a-dia de intriga, execuções sumárias e desestabilização (é o termo certo, ainda que não se goste), temos um levantamento pormenorizado do número de mulheres que Paulo Oliveira levou para cama, formas e estados de alma de algumas delas, gostos sexuais, etc. Ego alimentado, ficamos também a saber que, para a compreensão da história da Renamo e da guerra em Moçambique, é importante expor a vida íntima de terceiros, mesmo daqueles (como os antigos colegas) que simplesmente se cruzam com Paulo Oliveira numa sala de conferências e lançam-lhe um cumprimento discreto. Sobre alguns políticos moçambicanos, vários juízos pretensiosos: «lacaio», «esperto», «inteligente», «verde politicamente». Um mau serviço à história contemporânea de Moçambique. Não há política! Provavelmente, fazer política seja isso mesmo. Seja como for, não deixa de ser intrigante que não haja qualquer debate em torno do livro. Mas nestas coisas o público costuma ter razão...
Sunday, July 23, 2006
Friday, July 21, 2006
Thursday, July 20, 2006
Veteranos

Sigo contra a corrente dos jovens, evito os enlatados musicais. Rumo ao Inguri, para o «veteranos». No percurso abasteço-me de tukwé, previno-me das restrições que o islamismo impõe. Tukwé, nome de uma formiga temível, é como foi apelidada uma cerveja alemã. Justa analogia. Bastam-me algumas para estar maningue gongondzado. No «veteranos», alguns discos de vinil, um amplificador e uma coluna rouca chama-nos para a dança. Os ritmos são fascinantes. Surpreendo-me com a mestria e cumplicidade dos pares. Reconheço, na harmonia dos passos, fragmentos de vários estilos. Uma criação invulgar de poses e movimentos. Interrogo os amigos, insistentemente procuro saber os nomes das danças: «é veteranos!», respondem-me, já impacientes. Não estou convencido, «há-de haver um nome». Percorro a sala, multiplico perguntas, cruzo respostas. Intrometo-me em conversas alheias para esclarecer a dúvida. A resposta é invariável: «é veteranos». Visivelmente atónito, acompanho o floreado. Aceito um convite afectuoso, inicio-me. Sinto-me descompassado. Não culpo a tukwé. Nunca seria «veterano».
Wednesday, July 19, 2006
Tuesday, July 18, 2006
Monday, July 17, 2006
Sunday, July 16, 2006
E agora, João?
A TVM anunciou no telejornal de hoje a transferência do velho chimpanzé João do jardim zoológico de Maputo para um parque privado próximo de Nelspruit. Repartidos entre a saudade e a alegria, os amigos do João asseguram-lhe um «fim de vida digno». Patriotismo assegurado no contrato: João continua moçambicano. E mais, se entretanto acasalar, o primeiro filhote será moçambicano. O segundo terá outra nacionalidade. Antes de se juntar aos demais chimpanzéns (alguns dos quais vindos de outros países), João cumprirá algumas semanas de quarentena. Ao ouvir um breve historial da sua vida e dos cuidados de adaptação recomendados, atravessa-me uma curiosidade que poderá ser um dilema existencial para João: como lidará com a masturbação no novo meio?
Saturday, July 15, 2006
Thursday, July 13, 2006
Metáforas fortes
Há certas despedidas que nos desarmam e que semeiam em nós erupções de ansiedades: «ok, tá nice, a gente se raspa noutro dia».
Terapias
No jogo de futebol que assisti em Angoche, dava em mim a fazer estupidamente a mesma pergunta, sempre que o massagista entrava em campo: que raio vai fazer o homem com um copo de água numa mão e uma toalha noutra? Independentemente do local da lesão, atirava um bocado de água para a cara do jogador, dava de beber o resto e limpava-lhe os pingos. Às vezes acrescentava ao ritual umas palmadinhas (bem dadas) nas bochechas. Provavelmente uma boa alternativa aos sprays milagrosos...
Wednesday, July 12, 2006
Factor casa

Tuesday, July 11, 2006
Monday, July 10, 2006
Inguri às 17.30
