Há outras pazes por construir. A propósito desta notícia e do que tem sido na comunicação na social sobre os refugiados, um exemplo de algumas das coisas boas que se fazem no centro de Marratane (Nampula). Ngamiya Acrobatics and Arts Team (oriundos da República Democrática do Congo)
Há lapsos de linguagem que podem ser uma chave eficaz para desenvencilhar a ambiguidade de certos contextos: «já deu para perceber que falo muito, não é? Desculpa lá...eu sou mesmo assim, até parece que engoli pilhas durex».
Começou a animação do verão amarelo, uma iniciativa da m-cel. Podia escrever sobre o mar ou sobre a excelente manhã de hoje, com os pára-quedistas a coroar o ambiente. Podia falar sobre a cidade atraída para a marginal, dos quilómetros de festas quentes que atravessei. Podia descrever a maior enchente de sempre na praia. Podia insurgir-me contra a ausência de Oliver Ngoma no espectáculo (não sei se a informação se confirma). Podia maldizer da insistente desorganização, das regras, dos abusos policiais, do acesso desadequado (embora o espectáculo fosse ao ar livre), das portas fechadas (apesar da entrada ser grátis) e de tantas outras coisas. Nada do que escrevesse poderia ser tão eloquente quanto a fotografia de quem cruza a cidade numa cadeira de rodas para assistir ao espectáculo e que simplesmente é obrigado a adivinhar o que se passa do outro lado da rede. Esses outros apartheids de que pouco se fala, a testar a consistência do novo slogan da m-cel: «Estamos felizes».