Friday, April 28, 2006
Thursday, April 27, 2006
Pragmatismos
Um amigo (no estrangeiro) partilhou o desespero que sentiu ao trocar estas mensagens:
- amor, o carro não pega. Estou aflita…
- um beijo.
- esse beijo resolve o meu problema?
Não fui capaz de ajudar. Ajudou-me ele, devolveu-me a boa disposição...
- amor, o carro não pega. Estou aflita…
- um beijo.
- esse beijo resolve o meu problema?
Não fui capaz de ajudar. Ajudou-me ele, devolveu-me a boa disposição...
Lealdade
Encontrou o livro aberto na mesma página que lia quando 16 anos atrás foi obrigado a fugir à guerra. Tinha sido religiosamente guardado pelo empregado.
Wednesday, April 26, 2006
O caju em blog e já com posts sobre Moçambique.
Saturday, April 22, 2006
Sizobonana
Há frases mágicas que em determinados contextos reabrem as portas da esperança. Numa sociedade estruturada pelo apartheid e marcada por contradições profundas, é aprazível ouvir palavras amistosas em inglês, com tons de afrikaans e que terminam deliciosamente com uma despedida zulu, convidativa para uma nova visita: hamba kahle!
Monday, April 17, 2006
Até breve senhor Ministro
Ao tomar conhecimento do problema da casa atribuída ao filho da Primeira-Primeira e ao ler a convincente justificação que aqui se apresenta, ocorreu-me (inicialmente) pensar que o que é mais triste neste tipo de histórias é perceber que se perdeu o sentido do ridículo. Mas agora, friamente, desfaço-me desses pensamentos apressados, emotivos. Dou razão aos que afirmam que a corrupção não existe, que a culpa dos nossos males é da «ajuda ao desenvolvimento» (o flagelo hegemónico dos tempos actuais). Também compreendo que o Gabinete de Combate à Corrupção se entretenha com cabritos e dvds. Reconheço que é importante sermos audazes na importação conceitos e institutos, como neste caso. Aceito que existe um só caminho e que nada nos resta senão aprender e seguir as regras de jogo da democracia. Confirmo a fé de que o resto se resolve com o tempo. Antecipamo-nos ao futuro, confiantes. Com algum desconforto, retiro os juízos iniciais, infundados. Convenço-me que obedecer às regras do jogo é um imperativo civilizacional. Por isso, brevemente apresentarei ao Ministro das Obras Públicas e Habitação a minha candidatura à ocupação da primeira casa do Estado que vagar no bairro mais luxuoso de Maputo. O senhor ministro, familiarizado com determinados direitos liberais, certamente que não estranhará que tome esta iniciativa.
Friday, April 14, 2006
Diagnóstico apurado
«Quando uma pessoa está muito doente, o médico aconselha a não se agitar muito. A forma como estamos a fazer a revisão da lei do trabalho, parece que estamos a agitar um doente com malária cerebral. Vamos morrer!»
(C.Q., sindicalista)
Wednesday, April 12, 2006
Lugares do sexo
Há quem não se conforme com a constatação de que o amor, por desgaste próprio, possa se extinguir. Entra, por isso, numa cadeia de autoculpabalização que frequentemente desemboca na questão sexual. Embarca em comparações doentias sobre o desempenho sexual do rival, ainda que arrisque a engolir uma resposta dilacerante como a que foi dada por Anna (Julia Roberts) no filme Closer, perante o desalento de Larry (Clive Owen): he tastes like you but sweeter. Acaba por suportar uma dupla dor, ferido num orgulho que talvez seja estúpido...
Relações complexas
Ultrapassa-me a ideia de fazer bolos com a forma dos super-heróis favoritos e comê-los com gosto.
Monday, April 10, 2006
Sunday, April 09, 2006
A lista necessária
Eu, teletreinador, apresento a lista de dispensados do SLB para a próxima época, ainda que alguns atraiam a simpatia do público e sejam seleccionáveis nos respectivos países:
Alcides
Anderson
Beto
L. Robert
Mantorras
Marcel
Alcides
Anderson
Beto
L. Robert
Mantorras
Marcel
Marco Ferreira
Nuno Gomes
Caso em estudo: Luisão
Oportunamente apresento as propostas de aquisições, para ganhar!
Nuno Gomes
Caso em estudo: Luisão
Oportunamente apresento as propostas de aquisições, para ganhar!
Friday, April 07, 2006
Um sonho de mulelendjane

Há sempre coisas com que sonhamos e que nunca chegamos a ter. Assim como há coisas que temos e que nos permitem viajar para outros sonhos. Sempre quis ter uma bicicleta. Era um assunto delicado, debatido com muito afinco, ao qual voltava teimosamente. Lembro-me que me esforçava em argumentos desesperados contra os mais velhos, avisados dos perigos da estrada - «comprar uma bicicleta é o mesmo que comprar a morte», sentenciavam. Avançava em vão com comparações favoráveis, cálculos aliciantes e promessas de rigor na condução. A decisão estava definitivamente tomada. Os argumentos cruzavam o continente, ao encontro de outros membros da família. Esperava meses, ansioso por uma carta que afinal remetia a discussão para o mesmo lugar - «não posso interferir nisso, discutam e encontrem a melhor solução». Em segredo, acabámos por montar (eu e EB) uma bicicleta. Por vingança, peça a peça, montámos uma bicicleta dupla! Construímos uma aventura (e não a morte!). Conquistámos a cidade, até ao dia em que a «dupla», cansada, partiu-se ao meio. Ao ver o centro de montagem de bicicletas de um mercado informal, refaço o trajecto de cada peça da «dupla». Reencontro a sagacidade de transformar o nada em alguma coisa e percorro histórias de sobrevivência que nos arrancam um sorriso…
Wednesday, April 05, 2006
Tuesday, April 04, 2006
Impotência negocial
Tenho vindo a pensar no número de vezes que, por impotência negocial, não comprei coisas que até me interessavam muito. Não percebo a mania de não marcar o preço certo nas ofertas de venda (escandalosamente calculadas por alto) e se insiste em acrescentar que é «negociável». Não consigo entrar no jogo, desisto (com muita irritação)!
Monday, April 03, 2006
Sunday, April 02, 2006
Procurement dele...!
Enchemo-nos de conceitos, palavras, frases, regras e institutos novos. Há sempre uma moda, remédio para todos os males (que insistem em ficar). Introduzido pelo Banco Mundial para descentralizar a administração pública: procurement! O regulamento do procurement fixa as regras de contratação entre o Estado e privados (obras públicas, concessões, etc.). Segundo se diz, será também importante para assegurar a transparência e combater a corrupção. Entretanto leio nos jornais que dos casos investigados pelo prestigiado gabinete de combate à corrupção em 2005, pouquíssimos (cerca de 10?) culminaram com acusação. Um desses casos é contra um funcionário público que recebeu indevidamente um DVD e um cabrito. Criminalidade muito complexa, a exigir muitos recursos e uma intervenção ao mais alto nível...! Será que o procurement ajudará para alguma coisa? The show must go on…!