Combates
Ao escrever sobre as transformações no mundo do trabalho em França, António Cabrita retrata uma realidade presente em quase todo o mundo e que se anuncia para Moçambique. Rumamos (passivamente?) para uma sociedade de trabalho descartável. Mas ficou-me sobretudo uma mensagem de rebeldia e esperança:
«Antes do “Fim da História”, havia a almofada ideológica, havia um inimigo. Vivia-se num regime de imaginário a preto e branco, balizado pela ideia de um inimigo localizado. Era redutor – mas era uma realidade através da qual se agia e era agido. Hoje o inimigo atomizou-se e a sensação é que só se é agido, não é possível agir. É contra esta impotência que os jovens se manifestam, na ânsia de lhes ser devolvida uma ideia de futuro»
(Jornal meia noite, 28 de Março de 2006, p. 9)
2 Comments:
Há uma essência nas coisas? se sim, creio que seja de lá onde se deve tirar a ideia de futuro. Procurar mais um inimigo é apenas entreter em mais um caminho.
Alô Mangue, não procuraria qualquer essência...porque não saberia o que exactamente procurar e muito menos onde. Todos temos um ideal de vida, felicidade, justiça, dignidade, etc. Se há quem nos nega isso,certamente que amigo não poderá ser...Mas diagnósticos há muitos e muito bem feitos. Uma pergunta que se impõe: «e agora?».
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