Os três porquinhos
Não consigo livrar-me de um certo desconforto sempre que leio «os três porquinhos» (e faço-o vezes sem conta durante a semana). Incomoda-me a metáfora do sopro do lobo que leva a casa de palha pelos ares. Uma conversa amiga fez-me pensar que o tremor de terra que ocorreu em Moçambique podia ser uma boa negação de um certo etnocentrismo…
4 Comments:
Verdade! Se a história dos três porquinhos incluisse um sismo, o porquinho da casa de palha seria o heroi! O problema das histórias infantis vai além do eurocentrismo e passa pela apresentação do bem e do mal como dimensões simplistas e antagónicas, ignorando as suas complexas combinações. Eu não admito que não faça muito sentido contar histórias muito complicadas às crianças, mas, então, não venham com lições de moral!
Ups! Antes de «admito», existe um «não» que está a mais...
E tem mais: essa explicação da metáfora do sopro não só não nega o etnocentrismo como o substitui por um adultocentrismo.Porque o lobo era mesmo mau,queria comer os porquinhos, e ainda obrigou um a fazer uma casa de tijolos, porque as de palha ele matava só no sopro.Mas teve o destino que merecia! O mesmo não aconteceu com aqueles lobos que fizeram especulação no mercado imobiliário. Brincar é brincar e , como dizes meu amigo, "não me peçam qualquer tipo de racionalidade". Abraço
Continuemos a brincar, que é bem melhor...
Post a Comment
<< Home